sábado, 26 de maio de 2007

Gritos em Branco

Não tenho nada a dizer,não tenho...
Pois o silêncio me-basta-e-me-usa,
E a companheira solidão,desgraça de quem anda,
Caminha à pés descalços,calmamente,
Ao meu lado.

Não...Não vou dizer nada.
Minha garganta está travada e
As mãos se enferrujaram com o
Vento da desgraça...Com a água
Do pecado.

Não há nada a fazer,não há...
O riso da moça,a morte da
Criança,o estupro do adolescente e
A perda da esperança não merecem
Nada mais que gritos em branco...

[Que gritos em branco!

3 comentários:

sem título disse...

Pois é.Meu caro camarada,eu tbm estava assim.não tinha nada o que escrever.Mas ao contrário de vc eu me importava daquilo que um dia eu pudesse escrever.Diante dos olhos e cabeças dos leitores eu era fraco.vejo que a seletiva ordenação dos seus desinteresses pelos acontecimentos do mundo o fez destilar atraves de suas palavras que possuem a dureza de um concreto.Penso que é assim que deve ser.Poesia é isso.Poesia é sentir,poesia está aí.Livre,nas coisas.

Anônimo disse...

Esse silêncio, que vem da mente - e somente dela - é também o pior dos delatores..
Depois, que importará dizermos nada, se as palavras mudas, trancritas em olhar, tudo dizem?
Interrogações à parte...
Isolda

Anônimo disse...

hahaha...
Transcritas

Isolda