terça-feira, 12 de junho de 2007

Diz


Mulher por que choras?

Se sabes que o pecado é
Uma dádiva humana.
Que o beijo
Antecede a cama.
Que a vida é
O início do drama.
Que o ódio é
Uma forma de amar.


Se sabes que o abraço
Predispõe a facada.
Que o tesão
Alimenta a trepada.
Se sabes que não sabes
Que não sabes de nada.
Se tentas ser gente
Mas não podes lutar.


Te levantas e andas
Com teus pensamentos.
Subalimenta tua alma
Com nefastos momentos.
Esquece desta epiderme
Que só traz sofrimentos
E enxuga estas lágrimas
Para o mundo cantar.



Excepcionalmente um escrito otimista.
Qual o motivo?"estou feliz pois apesar do
Sofrimento vejo um mundo de alegria
Bem na raiz...vamos lá"

sábado, 2 de junho de 2007

Um dia a poesia


A poesia não cabe em mim.

Meus ombros são frágeis,
E não agüentam a tua
Carga de cinismo que me faz
Menino diante do mundo.

A poesia não cabe em mim.
Tenho pequenos pensamentos
Estranhos,inocentes e paradoxais.
E tu,instruída,é metrificada e petrificada
Como o coração da moça apaixonada.

A poesia não cabe em mim.
Meu coração é murcho e contraído.
Todos cabem nessa víscera,menos
Tu que vives só,sozinha como uma flor
Que brota numa parede de concreto.

A poesia não cabe em mim.
Tenho braços miúdos e não
Sustentam nem mesmo uma ínfima
Nuvem congelada,a valer tu que és
Imensa e maltrata a vida dos mortos.

A poesia não cabe em mim.

E isso não me importa,não mais,
Posto que a felicidade irá
Desabar sobre os homens e
Tua função,poesia,será a do gozo perdido...

[Será a de uma arma sem mãos.