domingo, 19 de agosto de 2007

Soneto à caneta que não tenho

Importante para atos essenciais
Tens vida,cor e até parece gente
Porém se posta nas mãos de um demente
Extraem-se versos de desabafos emocionais.

Corres e escorres feito tinta e pincel
Na parede da eternidade chamada folha
Réu confessa das idéis presas em bolhas
Psicografadora dos recados do céu.

Conheces,tu,a malícia das mãos
Dos mortos e vivos que em ti tocaram
E que para a eternidade consagrarm

A prosa,o silêncio...a canção,
Inimiga demasiada da razão
Mas que um dia,quiçá,se amaram.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Amar em Segredo

Amar em segredo é
fazer dos hiatos das horas vagas
toda a imensidão de um dia.
É transformar cada segundo num
momento de calor, de sangue...De suor.
[só nosso.
É ai!
É fazer do escuro o mais fiel aliado
e ser só ele a voz.Do espelho os
ouvidos a escutar nossas juras -
Im-pa-gá-ve-is.

Amar em segredo é
se esconder atrás da porta e
esperar anoitecer para que as almas se acalmem.
É negar, é mentir para os outros.
É terminar antes de começar.
Ah!
É escrever o teu nome num guardanapo
e rasgar sem deixar provas...E mastigar os restos
mortais do nome alheio
[tão meu.

Amar em segredo é
amar, mesmo que não queiras.
É falar baixinho e sempre se desculpar de nada.
É chorar escondido tua ausência, mesmo sabendo
que estás tão presente. Aqui no quarto ao lado!
É ui!
É fazer de um feriado as bodas de ouro.
De uma casa vazia a injeção de libido.

Amar em segredo é
fazer de uma esquina nossa cama,
do beijo roubado a mais sublime emoção.
É ter ciúmes. É viver enclausurado em mim mesmo.
É morrer de alegria com um filme patético.
É viver!
É amar sem tempo para o inútil, para o desprezível.
É gozar duas vezes, é ter medo duas vezes.

É amar duas vezes!

É sonhar até hoje com esse amor.