Não sou poeta de nada
Nem sei escrever meu nome
Mas rimo feito menino
Chamando pro’mode a fome
Ma chamo cabôco Julio
Onofre é meu sobrenome
Agora q’eu me apresentei
Vai começar o estardalhaço
Não sou poeta provocador
Conheço o nó do meu laço
Num gosto de muita “friscura”
Nem que me façam de palhaço
Nasci no Juazeiro do Norte
Terra do Padim Ciço Romão
Oitenta e oito foi o ano
Inverno a estação
Hospital foi o São Lucas
Padre Onofre o capelão
Tive uma infância sofrida
Mas nunca me faltou nada
Meu pai que bebia muito
Dava uma preocupação danada
Minha mãe sempre trabaiadeira
Construiu a minha estrada
Digo não só a minha
Mas dos meus três irmãos
Hagatângelo, Marisângela e Mikaeli
Todos criados na união
Hoje tão bem encaminhados
Não pedem a mãe um tostão
Vou tentar falar de cada um
De forma pura e singela
Dizendo como esses três
Vivem essa vida bela
Caso fale alguma besteira
Desculpe-me e não dê trela
Começarei por Marisângela
Essa minha irmã querida
Centrada e sabe o que quer
Administra bem sua vida
Fala feito um badalo
Aconselho não bula nas suas feridas
Agora vai Hagatângelo
Cujo juízo é reduzido
Pai pela terceira vez
Dois filhos já estão nascidos
Luís e Pedro o nome deles
Sem tais me sinto perdido
Por último vem Mikaeli
Essa pluma de brincadeira
Sem ela eu passo fome
E as cuecas vão pra lixeira
Deus lhe dê muito juízo
Pra seguir a vida inteira
Aos treze anos de idade
Sai de dentro de casa
Vim morar em Maceió
Pra estudar a tabuada
Morei mais meu Tio Raimundo
Esse me mostrou as escadas
Optei pelo colégio agrícola
Nesse aprendi do mundo
Latinha de tudo um pouco
Desde santo a vagabundo
Mas conquistei dois amigos
Que a ajudaram a traçar meu rumo
Rumo esse traçado errado
No que tange a profissão
Fiz vestibular prum monte de coisas
E vi depois que num me servia não
Mas foi por causa desse erro
Que o amor bateu no coração
Isolda é o nome dela
Menina-mulher fenomenal
A conheci em Campina Grande
Quando fazia industrial
As coisas foram acontecendo
Da forma mais natural
Por causa de um gole d’água
Aconteceu nosso primeiro beijo
Estávamos à flor da pele
Cheio de tesão e desejo
Isso já faz quase dois anos
E nunca mais eu a deixo
Nosso amor é essencial
Tanto pra um como pro outro
Sou para com esse enlace
Um homem muito respeitoso
Preso que esse amor fique sempre
Saudável e prazeroso
Agora mais crescidinho
Decidi o que quero ser
Médico será a profissão
Prolongar a vida é meu dever
Estudar com fé e afinco
Tudo que for pra saber
O cordel vai se acabando
Mas a vida continua
Ainda falta muita estrada
Pra que a missão se conclua
Obrigado Pai e Mãe por tudo
Passo a tramela e vou pra rua.
5 de abril do ano de 2007
domingo, 15 de abril de 2007
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