sábado, 21 de abril de 2007

Benévolo desprezo



Em tempos de desprezo, falar de e sobre o amor é extremamente fácil, pois sabe-se que a situação nos usa e por tabela induz à tristeza, e não há nada mais sublime que garatujar triste...melancólico. A tristeza se confunde com amor, aliás o amor é confundível em demasiadas situações. Mas ele, o amor, não faz isso por livre e espontânea vontade. Seria atrevido ao ponto de dizer que o amor é uma vítima social.Vítima da vontade alheia, vítima da audácia humana.
Usando um pouco da lógica aristotélica vou provar como o amor é usado sem-mais-nem-menos: O amor é uma coisa boa e uma coisa boa não provoca sofrimento, logo, o amor não provoca sofrimento. Estaria sendo hipócrita em tentar imbuir essa conclusão como verdade. Entretanto, a partir dela posso extrair duas hipóteses. Primeiro Aristóteles era um acéfalo (com todo o respeito) em postular que sua lógica era universal, ou segundo, o amor é usado de forma insólita para causar o sofrer. Fico com as duas hipóteses e as torno uma teoria,ou seja, o amor é instrumento do sofrer e ponto. Não estou afirmando que essa é a principal função do amor...mas, poderia ser. Parafraseando o poeta lembro que: A felicidade é efêmera, a tristeza eterna.
Então é pertinente concluir que o desprezo, citado no início, também é uma forma de expressar o amor ao próximo? O desprezo é uma forma carinhosa entre amantes?Ai,ai! Penso que quando Oswald de Andrade escreveu: AMOR/humor ele almejava mesmo era, AMOR/dor, mas para romper com o melodramismo simbólico e parnasiano resolveu radicalizar.
E viva o amor, viva o sofrer, viva o desprezo....

Um comentário:

Anônimo disse...

Júlio porra....seja um bom garoto e deixe de ser pessimista...."o amor é fogo que arde sem se ver" e ponto final....e viva ao amor e o gato bebe leite!!!

Vinicius